Implicações dos riscos para a indústria de Energia Renovável após a COP26
Após a cúpula da COP26, realizada em Glasgow em 2021, identificamos uma série de implicações dos riscos que precisam ser consideradas do ponto de vista da indústria de energia renovável.
Nossa análise "Implicações dos riscos para a indústria de energia renovável após a COP26" descreve as ferramentas que as empresas podem incorporar em suas organizações para sua jornada frente a um futuro de emissões zero de carbono.
Nossa análise traz, entre outros temas, as razões pelas quais as empresas de energia renovável precisam de um plano de transição climática para desenvolver sua própria resiliência diante de seu maior risco climático, bem como quais são as inovações que envolvem o setor de energia a partir do Hidrogênio, Solar, BESS (Battery Energy Storage System) Híbrida, etc.
Em conjunto com uma série de artigos com diversas perspectivas globais, gostaríamos de compartilhar a seguir um artigo em especial, desenvolvido pelo Oscar Torres Hernández, líder da indústria de Power na Colômbia, no qual apresenta sua visão holística sobre a transição energética do mercado da Colômbia, e que pode apoiar outros mercados da América Latina a colocar em perspectiva o processo de transição energética em que se encontram, bem como refletir sobre ações para gerenciá-lo no futuro.
Em 2021, a Colômbia experimentou um notável crescimento na participação de energias renováveis não convencionais na composição de sua matriz energética. Esse esforço coletivo, liderado pelo Governo e encabeçado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), permite que a Colômbia seja um dos países líderes da América Latina, que tem apresentado grandes avanços no processo de transição energética. Isso se reflete no leilão que encerrou em outubro de 2021, no qual 11 projetos de geração foram premiados por meio de 9 empresas que adquiriram obrigações próximas a 800MW, com as quais esperam começar a gerar energia no início de 20231; some-se a isso os 1.298MW que já haviam sido arrematados no leilão de 20192.
Segundo o MME, graças aos leilões, em 2023, a Colômbia aumentará sua capacidade instalada em 100 vezes, em relação a 2018.
A visão do governo, refletida no Plano Nacional de Energia apresentado pela Unidade de Planejamento Energético de Mineração (PME), é que até 2050 a demanda por energia elétrica, impulsionada principalmente pelo crescimento de energias renováveis não convencionais e do gás natural, ultrapasse a de combustíveis líquidos, principalmente no sector dos transportes3.
Para que esses importantes passos sejam dados com segurança, o país vem trabalhando no marco operacional e regulatório para articular adequadamente as diferentes fontes de geração, a fim de alcançar a complementaridade adequada. Ressalta-se que na Colômbia a água continua sendo o recurso dominante dentro da composição energética (Fonte PARATEC XM), seguida pelo apoio oferecido pelas usinas termelétricas, cada vez mais baseadas em tecnologias de ponta. Essas tecnologias visam reduzir o nível de emissão de CO2, como a chamada “Super Crítica”, que oferece reduções nas emissões de CO2 inferiores às emitidas por uma usina de gás natural.
Assim como a tradicional mudança de visão das termelétricas, é importante destacar os esforços que as grandes empresas do setor petroquímico estão fazendo para fazer parte da iniciativa de transição energética. Talvez o melhor exemplo seja a ECOPETROL, que tomou a decisão de reduzir as emissões de CO2 em 25% até 2030, contribuindo para a meta da Colômbia de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 51% até 2030 e ser um país neutro em carbono em 20504. A ECOPETROL está fazendo esforços significativos para incorporar energias renováveis, captura, armazenamento e uso de hidrogênio e carbono.
No marco da transição energética, há dois componentes nos quais a Colômbia vem trabalhando ativamente: o armazenamento de energia e o protagonismo do hidrogênio.
É importante ressaltar que na Colômbia passos relevantes estão sendo dados para mudar profundamente os perfis de geração, introduzindo elementos como digitalização, descentralização e democratização, para que o usuário final tenha um papel de liderança e possa se tornar um ator no sistema de geração.
Por fim, o objetivo da Colômbia é que a matriz possa se diversificar sem comprometer a estabilidade e continuar atendendo a demanda com base na sustentabilidade, confiabilidade e competitividade.
Revise nosso relatório e conheça os temas mais relevantes que abrangem a gestão de risco do mercado de seguros que atualmente desafiam a indústria de energia renovável.
Esperamos que a leitura do nosso relatório seja útil para você. Entre em contato conosco para saber mais sobre esse e outros temas relacionados à gestão e transferência de riscos da indústria de Recursos Naturais.
Conteúdos disponíveis somente em espanhol:
1 MINENERGIA (2021, outubro). Novo marco na Transição Energética: a Colômbia multiplicará em mais de 100 vezes sua capacidade em energias renováveis. https://www.minenergia.gov.co/en/web/10180/historico-de-noticias?idNoticia=24314285
2 MINENERGIA (2019, outubro). Dia histórico das energias renováveis na Colômbia: pela primeira vez, a energia solar e do vento chegará aos lares colombianos a preços mais baixos. https://www.minenergia.gov.co/en/historico-de-noticias?idNoticia=24146550
3 Unidade de Planejamento de Mineração e Energia – UPME (2020, fevereiro). PLANO NACIONAL DE ENERGIA – PEN (clique duas vezes para abri-lo) https://www1.upme.gov.co/DemandaEnergetica/UPME_Presentacion_PEN_V48.pdf
4 ECOPETROL (2021, março). Grupo Ecopetrol anuncia compromisso e plano para atingir emissões líquidas zero de carbono até 2050. https://www.ecopetrol.com.co/wps/portal/Home/es/?1dmy&page=detalleNoticias&urile=
wcm:path:/ecopetrol_wcm_library/as_es/noticias/noticias%2B2021/reduccion-emisiones
5 MINENERGY (2021, setembro). Rota do Hidrogênio na Colômbia. https://www.minenergia.gov.co/documents/10192/24309272/Hoja+Ruta+Hidrogeno+
Colombia_2810.pdf#:~:text=La%20Hoja%20de%20Ruta%20del,Acuerdo%20de%
20Par%C3%ADs%20del%202015.
Historiador (USP) tem dezoito anos de experiência no mercado de seguros. Na WTW é o Head de Agro & Construction Brasil desde 2010. Tem experiência na implementação de programas de seguro e resseguro para clientes no Brasil, América Latina, América Central, Caribe e África.