O agronegócio tem se mostrado um dos setores mais resilientes da economia brasileira. Esse mercado se destacou devido às suas capacidades de expansão de produtividade e de geração de oportunidades de emprego em várias regiões. Na contramão da crise sanitária que impactou fortemente as atividades econômicas no Brasil, a estimativa é de que o Produto Interno Bruto (PIB) do setor tenha totalizado um crescimento de 9,37% em 2021 e deve chegar até 5% em 2022, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Investimentos em novas tecnologias e adoção de práticas modernas de gestão são favoráveis para essa maior resiliência. Mas o crescimento também depende da atenção direcionada ao risco. Fatores climáticos, de mercado e de estratégia organizacional podem ameaçar o equilíbrio dos negócios agrícolas e precisam ser cuidadosamente previstos e avaliados.
Nesse contexto, é importante mencionar que o seguro rural é uma das ferramentas de transferência de risco da agropecuária, sendo dividido nas modalidades agrícola, aquícola, florestas e pecuária. Todas essas proteções são passíveis de participação no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), no qual o Governo Federal oferece ao agricultor a oportunidade de assegurar sua produção com custo reduzido, por meio de auxílio financeiro.
Os produtores brasileiros parecem cada vez mais conscientes da importância desse tipo de proteção para os negócios no campo. Prova disso é que, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), as companhias seguradoras habilitadas no PSR pagaram um total de R$ 5,4 bilhões em indenizações de seguro rural para os agricultores em 2021, um aumento de 115% em relação ao ano anterior.
Mas apesar do bom desempenho, ainda há muito o que se fazer para o segmento de seguros acompanhar esse desenvolvimento histórico do agronegócio. O mercado ainda carece de soluções customizadas que atendam o perfil de cada segurado e que agreguem valor ao negócio. Existem alternativas de transferência de risco, como o seguro paramétrico, que ainda são pouco exploradas e podem trazer ainda mais proteção para o segmento.
A equação qualidade e eficiência da proteção versus custo do seguro deve estar obrigatoriamente presente quando o assunto é valor agregado. Com a contratação de uma apólice, os produtores esperam mais do que se proteger financeiramente, mas também garantir o equilíbrio e fortalecer sua posição no mercado. Para o pequeno produtor, proteger a produção é ainda mais essencial porque é dali que ele vai tirar o sustento da família.
Por isso, é preciso um esforço das seguradoras para entender as particularidades de cada negócio, se adequar e educar o produtor sobre a importância do seguro. Contar com o apoio e a expertise profissional é essencial e ajuda na missão de garantir que a atuação no campo aconteça de forma ambientalmente sustentável, socialmente responsável e economicamente viável.