Nossa conversa será baseada nos resultados da pesquisa Diagnóstico de bem-estar, realizada pela WTW no Brasil, que contou com a participação de 157 empresas.
Além disso, vamos explorar algumas das iniciativas inovadoras que a empresa tem implementado para tornar o bem-estar uma realidade em cada aspecto na jornada dos colaboradores.
Bem-vindas Renata e Nancy.
Para começar, conta um pouco para nós a sua visão de discutir o tema de saúde mental nas empresas e como isso está atrelado ao sucesso e à produtividade corporativa.
[Renata Zerbini] Olá, Adri. É um prazer estar aqui com vocês. Quando falamos de saúde mental no ambiente de trabalho, é uma pauta urgente, pois o cenário empresarial é repleto de metas, pressões e de muitas responsabilidades que podem gerar um desequilíbrio emocional nos colaboradores.
Os estudos da OMS indicam que os transtornos relacionados à saúde mental são uma das principais causas de perdas de dias de trabalho em todo o mundo. A OMS estima também que quase 90% da população brasileira e 30% dos trabalhadores sofrem com algum transtorno mental. Dentre eles, os mais comuns são ansiedade, depressão e estresse.
[Adriana Macedo] Oi, Nancy. Tudo bem? E como você enxerga esse cenário?
[Nancy Quintella] Adriana, muito obrigada por estar aqui com vocês. É sempre um prazer trazer essa visão do RH.
Realmente esses números são preocupantes, mas as pesquisas da WTW mostraram que 89% das empresas se preocupam com o estresse e o esgotamento dos funcionários. A saúde mental tornou-se a principal área de foco das organizações.
Hoje, 97% delas afirmam que já têm como centro de atenção nos próximos três anos, revisitar essa agenda de saúde mental. Investir no bem-estar emocional resulta em melhor retenção de talentos, maior engajamento dos colaboradores e consequentemente uma produtividade mais alta.
[Adriana Macedo] Realmente, esse é um tema que está sendo muito discutido ultimamente.
Agora, quando pensamos no transtorno mental dos trabalhadores e na preocupação das empresas em relação ao tema, qual é a tendência de cuidado com a saúde mental nas organizações?
[Renata Zerbini] Notamos uma movimentação significativa das empresas em relação ao tema.
Elas buscam implementar ações e programas de apoio médico e psicológico, mas muitas vezes de forma fragmentada e esse é o problema.
As nossas pesquisas mostram algumas das principais ações que as empresas têm oferecido. 62% das empresas utilizam uma comunicação em campanhas para abordar estigma em torno dos problemas de saúde mental e aumentar a compreensão dos funcionários sobre o tema.
O estigma ainda é muito comum entre as pessoas. 50% das empresas fornecem apoio psicológico em situação de luto. 45% delas oferecem programas para apoiar doenças crônicas de saúde mental como a depressão e a ansiedade. E 39% implantaram ou redesenharam programas de assistência aos funcionários para abordar melhor o bem-estar emocional e o financeiro.
[Adriana Macedo] É importante observar que as empresas já estão desenvolvendo estratégias para sanar alguns dos problemas identificados na pesquisa. E como elas pretendem dar continuidade nesses tópicos no próximos anos, Renata?
[Renata Zerbini] Com certeza, Adri.
Um ponto interessante da pesquisa é que ela mostrou iniciativas realizadas agora e planejadas a médio prazo. Para os próximos três anos por exemplo, 61% das empresas informaram que pretendem medir o estresse dos colaboradores e suas principais causas, enquanto que 53% planejam ter uma estratégia de saúde mental na sua empresa.
[Adriana Macedo] Nancy, agora a pergunta é pra você. Sabemos que a WTW tem olhar diferenciado para a saúde mental dos seus colaboradores e já desenvolveu um diagnóstico completo, tanto dos empregados quanto da organização. Você pode falar um pouco sobre essa jornada?
[Nancy Quintella] Certamente, Dri. Na WTW, trabalhamos em conjunto com a área de experiência do empregado e a área de gestão de saúde para implementar uma jornada completa focada na saúde mental.
Realizamos palestras de sensibilização para todos os colaboradores, mapeamos a organização com o envolvimento da alta liderança e posteriormente fizemos o mapeamento individual dos colaboradores.
Também promovemos rodas de conversa com os líderes e desenvolvemos um programa completo com psicólogo, tutor e psiquiatra, oferecendo apoio sem limites e custos para que os nossos colaboradores se sintam acolhidos e apoiados emocionalmente.
[Adriana Macedo] Sem dúvida são ferramentas que realmente auxiliam os colaboradores no dia a dia. Renata, conforme citado pela Nancy, na WTW houve um trabalho de sensibilização dos colaboradores e da liderança em relação à saúde mental.
Ainda é notável a preocupação em relação ao estigma, que é o envolvimento da liderança com esse tema nas organizações em geral?
[Renata Zerbini] Sim, com certeza. Ainda enfrentamos o estigma em relação à saúde mental e notamos a liderança muitas vezes com dificuldade em reconhecer e lidar com a saúde mental do seu time, né. É essencial que abordemos essa questão, sensibilizando todos sobre a importância de cuidar da saúde emocional da mesma forma que a gente cuida da saúde física.
As nossas pesquisas mostram que a maioria das empresas fornecem treinamento aos gestores para aumentar a conscientização sobre o bem-estar, além de abordar o estigma e contar também com o apoio mais ativo da liderança nas ações de bem-estar.
[Adriana Macedo] Esses são realmente aspectos bastante relevantes. Nancy, na sua pergunta anterior, você falou sobre a importância do envolvimento da alta liderança nesse processo de implementação do programa de saúde mental. Mas como isso funciona na WTW? Conta um pouquinho pra a gente.
[Nancy Quintella] Claro, claro. Eu acho que com qualquer programa que a gente mexa com temas tão sensíveis como a saúde mental, é muito importante o envolvimento da alta liderança. Aqui na WTW, o envolvimento do nosso CEO, Eduardo Takahashi foi fundamental em todo processo.
Ele esteve presente desde o início e participou ativamente do lançamento do programa de saúde mental. Seu apoio e comprometimento com o bem-estar emocional dos nossos colaboradores deram respaldo à toda equipe e mostraram a importância que a empresa atribui ao tema.
[Adriana Macedo] Para finalizar, eu tenho mais uma pergunta. Falamos das iniciativas em relação à saúde mental, mas as empresas já possuem algum tipo de indicador de sucesso para as ações que forem implementadas?
[Renata Zerbini] Sim, sim. Temos um papel importante em acompanhar esses indicadores junto aos nossos clientes e até na própria WTW. Alguns dos principais indicadores que monitoramos, inclui a diminuição de horas perdidas, por problemas de saúde mental.
O aumento da psicoterapia, a redução da frequência de afastamentos médicos sem justificativa física, e a satisfação geral dos colaboradores.
Infelizmente, apenas 38% das empresas utilizam métricas de tempo perdido. E muitas ainda têm dificuldade em mostrar resultados concretos com os programas e ações de saúde emocional.
[Adriana Macedo] Bom, chegamos ao fim de mais um episódio, que foi bastante enriquecedor e destacou o tema de saúde mental nas empresas.
Agradecemos à Renata e à Nancy da WTW por compartilharem seus conhecimentos conosco.
[Nancy Quintella] Eu quero agradecer a participação e poder trazer um pouco da experiência organizacional da WTW, nós temos aí um grande desafio, uma grande jornada pela frente, trabalhando junto com a área de gestão de saúde, para desenvolver uma boa prática de saúde mental para a companhia. E agradeço essa oportunidade de contar um pouquinho sobre a nossa experiência com vocês.
[Renata Zerbini] Foi excelente falar com vocês sobre o tema, que eu sou apaixonada.
E quantos desafios ainda temos pela frente e como é importante a gente falar um pouco sobre o próprio case da WTW. Obrigada Adri.
[Adriana Macedo] Eu que agradeço a presença de vocês nesse episódio e esperamos que tenham apreciado essa conversa tanto quanto nós.
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[LOCUTOR] Obrigado por participar do podcast Saúde e Benefícios. Para mais informações, acesse nossas mídias sociais, e a seção de insights, no wtwco.com.