Quando falamos de bem-estar, quase sempre pensamos em saúde, seja física ou mental. Mas, além disso, também precisamos pensar na saúde financeira das pessoas. Esse conceito merece atenção, pois quando a empresa tem um foco nas medidas que apoiam o bem-estar financeiro dos empregados, é uma estratégia eficaz para promover um ambiente de trabalho saudável e produtivo para ambos.
De forma simples, o bem-estar financeiro é uma condição em que as pessoas possuem uma boa relação com o dinheiro e conseguem cumprir com todas as suas obrigações financeiras, fazer uma reserva para emergências, possuir um plano para o futuro e ainda sobrar uma quantia para o lazer.
O contrário disso é o desequilíbrio financeiro, que deixa as pessoas preocupadas e que pode afetar significativamente a saúde emocional das pessoas, gerando ansiedade, estresse, angústia, depressão, conflitos nos relacionamentos, insônia, baixa autoestima, entre outras sensações e sentimentos ruins.
As empresas estão atentas a isso e tem aumentado a implantação de programas, ações e iniciativas para ajudar os funcionários a desenvolver habilidades de gerenciamento financeiro, e assim, contribuir com o bem-estar emocional, físico e social das pessoas.
Quando as pessoas têm controle sobre suas finanças e sabem como atender às suas necessidades básicas e alcançar metas financeiras, elas tendem a se sentir mais seguras e menos ansiosas.
A pesquisa “Diagnóstico de bem-estar 2022”, realizada pela WTW, que faz uma conexão entre bem-estar, desempenho, estilo de vida e saúde mental dos funcionários, mostra bem isso. Ela aponta que o bem-estar financeiro dos empregados é uma prioridade importante para 66% das empresas e que ações já foram ou serão implementadas nos próximos anos com esse objetivo.
Para melhorar o bem-estar dos empregados, 51% das empresas já oferecem um programa total ou parcial de seguro de vida e invalidez, e 41% oferecem financiamentos ou empréstimos para educação, duas ações muito importantes para alcançar as metas financeiras a curto e a longo prazo.
Para ampliar os programas, para os próximos 3 anos, 48% das empresas pretendem oferecer webinars que educam sobre vários desafios financeiros enfrentados pelos funcionários (incluindo aposentadoria), e 46% querem usar dados de seus Recursos Humanos para monitorar sinais de desequilíbrio financeiro (por exemplo, empréstimos consignados, cancelamento de alguns benefícios como previdência, adiantamentos salariais etc.).
Contudo, poucos relatam que são eficazes na geração de resultados desejados em relação ao bem-estar financeiro. Isso acontece, justamente, porque as empresas também enfrentam desafios na entrega de programas de bem-estar para os empregados, principalmente por conta da dificuldade de divulgação, da falta de sensibilização da liderança, da baixa adesão e do budget destinado a saúde e bem-estar.
De acordo com dados da pesquisa, 68% das empresas enfrentam dificuldades com o aumento de custos e 56% delas não têm apoio financeiro suficiente para realizar mais programas.
Na outra ponta, temos o empregado, que quando tem algum problema emocional, físico, social ou financeiro, o desempenho é afetado. E problemas financeiros desencadeiam problemas emocionais e de saúde física, além de afetar o bem-estar social. Ninguém quer trabalhar apenas para pagar contas básicas (aluguel, água, prestações, energia elétrica e alimentação), porque a vida não é feita só de necessidades, mas também de desejos, vontades, atividades sociais, lazer e tranquilidade.
Tudo isso está refletido na pesquisa, os empregados que a responderam disseram estar cinco vezes mais propensos a ter problemas financeiros, impactando negativamente na vida como um todo. Mas, ao mesmo tempo, 52% dos entrevistados afirmaram que conseguem ter ajuda da empresa para administrar suas finanças.
Portanto, o pilar financeiro tem um papel fundamental no equilíbrio do bem-estar geral das pessoas, as empresas precisam estar atentas a isso. Conhecendo melhor a saúde financeira dos empregados, a empresa pode trabalhar lado a lado com eles, para disponibilizar meios que possibilitem a gestão das suas finanças, o que contribuirá para melhora da saúde mental, social e física e, consequentemente, para criação de um ambiente de trabalho mais saudável, produtivo e sustentável, e, ao mesmo tempo, a satisfação e retenção de seus funcionários.