Gerenciar a saúde e o bem-estar no ambiente de trabalho deixou de ser uma opção para se tornar fundamental nas organizações: 97% das empresas afirmam que o tema é prioridade para os próximos três anos, de acordo com a pesquisa “Diagnóstico de bem-estar no Brasil”, realizada pela WTW em 2022. No entanto, a discussão sobre como promover um ambiente saudável e sustentável passa também por entender que esta é uma responsabilidade compartilhada entre profissionais de RH, líderes e colaboradores. É sobre o papel da liderança no bem-estar das pessoas da empresa que vamos focar no artigo de hoje.
Quando uma empresa se propõe a cuidar do bem-estar dos empregados, está incorporando esse cuidado na cultura organizacional, logo, deve ser algo vivenciado no dia a dia, nas relações e nos processos. E são líderes que podem traduzir esses valores na gestão de suas equipes.
Um estudo da Workforce Institute mostra que líderes impactam mais a saúde mental dos colaboradores do que terapeutas. Esse dado reforça a importância de ter um programa de bem-estar que, além de benefícios, também se paute no preparo das lideranças para que estejam aptos a gerir pessoas com foco em saúde, especialmente quando falamos de suporte emocional e psicológico.
A pesquisa da WTW mostra que 2 em cada 5 profissionais relatam estar com o bem-estar emocional baixo, o que impacta diretamente na qualidade de vida dessas pessoas, bem como no desempenho no trabalho.
Além disso, as tendências em nossas pesquisas apontam para um impacto positivo concreto em engajamento quando a liderança trabalha o bem-estar do empregado de forma integral: este movimento se acelera na medida em que há o ingresso de novas gerações no mercado de trabalho, para quem bem-estar e equilíbrio de vida profissional e pessoal são temas prioritários.
Então, como os líderes podem atuar para promover o cuidado com as pessoas da equipe, fazendo valer diariamente a experiência positiva planejada para os colaboradores? É o que veremos a seguir.
Elaboramos algumas boas práticas para que líderes possam exercer a gestão de pessoas como forma de apoiar as dificuldades emocionais e tornar a experiência do empregado no trabalho mais engajadora, impactando tanto o bem-estar da equipe como a sua produtividade.
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Como sabemos, os índices de problemas de ordem psicológica, como ansiedade, depressão e burnout são alarmantes. Portanto, líderes devem receber treinamento para saber acolher as dores emocionais dos colaboradores. Um dos recursos valiosos é a chamada escuta ativa, uma prática que consiste em demonstrar interesse e empatia para que pessoas se sintam seguras em compartilhar desafios pessoais que podem impactar o trabalho, contribuindo para um ambiente de alta confiança e com gestão saudável de conflitos e temas sensíveis. A partir de um preparo direcionado para este acolhimento, líderes poderão identificar problemas mais graves e, em parceria com o RH, encaminhar o colaborador para o suporte de um profissional.
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Outro comportamento que favorece o bem-estar das pessoas na organização é a comunicação clara e constante. Sem a sinalização clara das expectativas e percepções da gestão, a ansiedade sobre a avaliação de seu próprio desempenho pode aumentar. Isso significa que líderes precisam ser transparentes em relação ao que esperam das pessoas, traçar metas possíveis e dar feedbacks frequentes. Aqui, líderes também precisam saber ouvir queixas, considerando o ponto de vista das pessoas sobre o que pensam do trabalho e dos processos. Esse diálogo aberto permite que relações de confiança se estabeleçam e se forme um ambiente mais saudável para superar desafios.
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Um programa de bem-estar com benefícios e oportunidades de cuidado é ineficaz se as lideranças não o estimulam, sobrecarregando as equipes e adotando uma mentalidade de comando e controle. É essencial que líderes pratiquem o equilíbrio e sirvam de exemplo para que as pessoas possam se organizar e atender às demandas do trabalho sem renunciar a suas atividades pessoais, como praticar exercícios, estar com os filhos e ir ao médico.
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Respeitar a diversidade e a pluralidade de vivências e perspectivas, tornando o ambiente e a dinâmica de trabalho inclusivos e colaborativos está no cerne do papel das lideranças em prol do bem-estar das equipes. É essencial para garantir senso de pertencimento e segurança psicológica e, com isso, impulsionar o desenvolvimento profissional e a performance dos talentos.
Para garantir um ambiente saudável, as organizações precisam contar com líderes preparados e treinados em bem-estar e saúde. O RH deve oferecer suporte a essas lideranças e mensurar a experiência do empregado e seu bem-estar para identificar de forma rápida pontos de atenção, enquanto os colaboradores podem se responsabilizar pelo autocuidado e autoconhecimento para encontrar melhores formas de trabalhar e se relacionar.
Quer mais insights para estruturar um programa de bem-estar eficiente e sensibilizar as lideranças para o tema?