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Podcast

Aposentadoria e previdência complementar

Episódio 4: Aposentadoria e previdência complementar

Maio 10, 2024

Saiba mais sobre o benefício da previdência!
Health and Benefits|Benessere integrato
N/A

Neste episódio, conheceremos mais sobre o benefício da previdência complementar e como afeta a aposentadoria. Em uma conversa com nossos especialistas, teremos insights da WTW e do mercado, enquanto discutimos como este benefício será crucial a longo prazo.

Episódio 4: Aposentadoria e previdência complementar

Transcrição:

[EVANDRO OLIVEIRA] O tempo de contribuição é um fator extremamente relevante para uma boa reserva de aposentadoria.

O tempo de contribuição é um fator extremamente relevante para uma boa reserva de aposentadoria.”

Evandro Oliveira | Líder de Previdência da WTW

O tempo é seu maior amigo se você começa cedo e o seu maior vilão se você posterga muito o início da sua poupança adequada para a aposentadoria.

[ANNOUNCER] Você está ouvindo o podcast Saúde e Benefícios, uma coleção de entrevistas da WTW, onde exploramos assuntos abrangentes como saúde, bem-estar, benefícios e as mais recentes novidades e tendências do mercado.

[CARINA RODRIGUES] Pessoal, sejam bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast Saúde e Benefícios.

Meu nome é Carina e atualmente estou como Consultora Sênior de Previdência na WTW.

A ideia hoje é explorar o mundo da previdência complementar e as necessidades do indivíduo frente a um regime geral de previdência em crescente desequilíbrio quando a gente olha para o número de contribuintes versus o número de aposentados.

A nossa conversa é com um renomado especialista da área, Evandro Oliveira, diretor responsável pelas operações de previdência da WTW no Brasil, que vai apresentar a sua visão de mercado e insights valiosos sobre como esse benefício impacta diretamente a vida do empregado.

Também vamos explorar iniciativas inovadoras e as melhores práticas adotadas dentro do modelo regulatório atual.

Evandro, bom dia. Tudo bem?

[EVANDRO OLIVEIRA] Bom dia, Carina. Tudo bem, e você?

[CARINA RODRIGUES] Tudo joia.

Evandro, a gente sabe que o seu tempo é valioso e por isso eu queria te agradecer por nos brindar com a sua presença.

Pra começar, eu queria te pedir pra dividir com quem está nos ouvindo, a sua visão sobre o benefício de previdência complementar no momento atual do Brasil e se você entende que ainda há uma resistência comportamental dos jovens em aderir a esse benefício.

[EVANDRO RODRIGUES] Obrigado pela pergunta, Carina.

Isso dá a oportunidade de compartilhar com os ouvintes as preocupações que nós temos para a relação das pessoas com o benefício de aposentadoria.

Quando nós falamos com as pessoas mais próximas da idade para se aposentar, elas têm a tendência de valorizar muito esse benefício.

Porém, quando falamos com os mais jovens, as prioridades que as pessoas têm, superam a sua preocupação com a acumulação para a aposentadoria.

Isso pode se tornar um problema grande para as pessoas mais jovens, e as pessoas de fato, que estão durante a sua acumulação, no momento que elas decidam parar de trabalhar, porque se elas não atentarem para a sua saúde financeira para a aposentadoria, é muito possível que quando elas deixem de trabalhar, elas não tenham recursos para sobreviver, para se manter.

Se nós pensamos que o benefício do INSS tem a tendência de reduzir o seu valor ao longo do tempo e também para que ele comece a ser pago em idades cada vez mais avançadas e por outro lado, as pessoas deixando o mercado formal de trabalho em idades mais jovens, vai existir um momento onde a pessoa provavelmente não terá salário e não terá benefício de aposentadoria.

Isso pode se tornar um problema grande pra essas pessoas.

[CARINA RODRIGUES] Sem dúvida. A gente tem que estar sempre com o radar ligado, inclusive nessas questões pra construir junto com os nossos clientes aí as melhores alternativas pros seus empregados.

Evandro, nos últimos anos a gente vê grandes mudanças regulatórias no nosso setor.

Você acha que isso reflete no benefício oferecido pelas empresas?

[EVANDRO OLIVEIRA] Eu vejo que sim.

Eu vejo que o sistema de previdência está cada vez mais flexível, buscando se adaptar à nova rotina das pessoas, à nova relação das pessoas com o trabalho.

Então vemos flexibilização de acesso aos recursos no momento do desligamento, vemos iniciativas como entrada automática nos planos para que as pessoas não deixem de acumular os

seus recursos logo que tenham ingressado em uma organização.

Porém, esse modelo, os planos privados de previdência patrocinados por organizações abarcam uma pequena parcela da população.

E mesmo essa parcela muito pequena não encontra pessoas com o nível de urgência ou o nível de preocupação adequado para a sua acumulação na aposentadoria.

Então eu vejo que o sistema tem se adaptado, os recursos estão disponíveis, então a gente tem cada vez mais fundos voltados à previdência, nós temos cada vez mais modalidades de investimentos para que os participantes escolham o tipo de ativo que ele quer ter na sua carteira de investimentos.

Temos flexibilização para que as pessoas, à medida que elas saiam de um emprego pro outro, elas não percam a acumulação que foi realizada.

Temos essa iniciativa para que as pessoas logo que entrem na empresa, comecem a acumular os seus recursos.

Porém, o aspecto comportamental, eu vejo como a principal barreira, onde as pessoas precisam cuidar da sua saúde financeira de curto, médio e longo prazo, da mesma forma que elas cuidam da sua empregabilidade, dos seus relacionamentos, da sua saúde física, da sua saúde emocional.

Quando nós olhamos o indivíduo, ele precisa cuidar de vários aspectos do seu equilíbrio.

E um dos aspectos é a acumulação de aposentadoria, onde as pessoas começam a se preocupar mais com essa realidade a partir dos seus 50 anos de idade.

Em modelos de capitalização onde as pessoas colocam a sua contribuição e é essa contribuição que vai gerar o seu benefício no momento que ela parar de trabalhar, o tempo de contribuição é um fator extremamente relevante para uma boa reserva de aposentadoria.

O tempo é o seu maior amigo se você começa cedo e o seu maior vilão se você posterga muito o início da sua poupança adequada para a aposentadoria.

Também não podemos nos iludir que uma pessoa que tenha uma remuneração de 15, 20 mil reais, faz uma contribuição de 500 reais por mês, achar que vai chegar na aposentadoria e vai ter dinheiro para que ele possa manter minimamente o seu padrão de gastos.

É importante que as pessoas usem ferramentas de simulação pra identificar qual que é a necessidade real da sua acumulação.

Lembrando que a Previdência Complementar oferecida pelas organizações tenha o objetivo de, em conjunto com o benefício do INSS, oferecer alguma coisa ao redor de 50% da renda que a pessoa recebia no momento da aposentadoria.

Então imagina você de um dia pra outro ter metade da sua remuneração. Então você tem que estar preparado para isso.

Não se iludir que contribuições de valor baixo vão suprir a necessidade que você terá no momento que você venha a se aposentar.

[CARINA RODRIGUES] Perfeito, Evandro.

Aproveitando um pouquinho o gancho que você falou do ingresso automático dos participantes no plano, que foi trazido recentemente pela publicação da resolução 60, você acha, pensando agora no lado das empresas, você acha que essa iniciativa, ela é sustentável pelas empresas?

[EVANDRO OLIVEIRA] Eu vejo que sim.

As empresas precisam passar o susto inicial e compreender melhor o que significa a adesão automática.

As empresas têm uma preocupação muito grande com o impacto no custo.

Então se hoje eu tenho metade da minha força de trabalho fazendo contribuições e eu vou levar isso pra 100%, tem um aumento que pode ser substancial de custo.

Não é dobrar o custo, porque normalmente as pessoas que não participam do plano são as pessoas que têm salário mais baixo.

Então isso vai variar de empresa pra empresa, como que tá a distribuição da força de trabalho e da sua remuneração, porém esse aumento de custo tende a ser gradual, à medida que as pessoas que vão se desligando são substituídas e essas pessoas substituídas passam a ter o seu ingresso automático no plano.

É um ponto que as empresas precisam olhar com bastante cuidado para evitar que no momento que as pessoas decidam se aposentar, elas não tenham recursos, o que dificulta o processo de desligamento.

É mais simples você desligar uma pessoa que tem recursos de aposentadoria do que uma pessoa que não tem recursos de aposentadoria.

O impacto social é muito menor quando a pessoa tem recursos adequados pra poder fazer uma transição de trabalho ou se aposentar.

[CARINA RODRIGUES] Com certeza.

Considerando tudo o que a gente falou aqui, Evandro, o que você diria sobre a previdência complementar pro seu filho?

João Rafael, que hoje tem 24 anos e tá aí em início de carreira.

[EVANDRO OLIVEIRA] Boa pergunta, Carina. Espero que ele ouça, que ele tenha a paciência para ouvir o podcast até o final, porque os jovens muitas vezes têm muitas atividades que competem pela a sua atenção.

Eu recomendo que ele tenha a mesma disciplina que ele tem pra trabalhar, pra estudar, pra se exercitar, que ele tenha pra construir uma reserva de aposentadoria, que ele possa ter a tranquilidade de ser o dono da sua trajetória profissional e não ficar à mercê do que está disponível pra ele.

Quando você tem tranquilidade financeira, você consegue tomar decisões mais alinhadas com aquilo que você quer fazer da sua vida.

Você cuidar da sua saúde financeira de curto, médio e longo prazo é estritamente importante pra que você tenha uma boa qualidade de vida.

Essa é a recomendação pra ele e pros jovens que estão ouvindo esse podcast.

Ou seja, comece a contribuir logo e comece a contribuir em um patamar que seja adequado pra você se aposentar.

Ah, mas quanto é um patamar adequado?

Se você pega um plano de aposentadoria pra chegar em alguma coisa entre 50% e 60%, você vai ter que fazer uma contribuição por volta de 12, 13% e você, a empresa.

Se você está sozinho, se você é um autônomo, pense em patamares de contribuição acima de 10%.

Se você faz parte de uma empresa que oferece o plano, faça a contribuição e se programe para fazer aportes voluntários.

Eu sei, já tive 24 anos. Eu sei que é difícil.

A gente tem uma vida inteira pra construir, mas trará frutos muito saborosos no futuro.

[CARINA RODRIGUES] Você sabe que eu tenho duas meninas e eu fiz pra elas a previdência da OAB assim que elas nasceram.

Elas já têm a previdência complementar aí. Eu comecei, plantei a sementinha.

Vamos ver se a hora que elas chegarem na idade de trabalhar, elas vão dar sequência, mas eu espero que sim.

Show de bola! João Rafael, dica de ouro do papai aí então...

[EVANDRO OLIVEIRA] É isso, Carina, boa.

[CARINA RODRIGUES] Começa logo. Só mais uma pergunta então, Evandro.

A gente sempre trabalhou aqui na WTW majoritariamente com planos de previdência complementar administrados por entidades fechadas.

Atualmente você vê o mercado de PGBL como uma alternativa para o nosso ecossistema?

[EVANDRO OLIVEIRA] Com certeza, Carina.

Quando a gente olha os segmentos, a gente chama de entidade aberta e entidade fechada, muito técnico.

Entidade fechada é basicamente os fundos de pensão que uma empresa constitui para oferecer o benefício para os seus empregados.

Ou uma entidade aberta, um produto oferecido por uma seguradora, mais conhecido aí como VGBL, PGBL, quando nós olhamos a evolução desses dois produtos, o crescimento dos PGBLs e VGBLs é muito maior do que o crescimento dos fundos de pensão.

PGBL é um produto mais simples de se contratar, é um produto mais simples de se relacionar e muito bem construído para empresas de médio porte.

As grandes empresas, a grande maioria delas, tem o seu fundo de pensão.

Porém, as empresas que chegam no país e foram construídas ao longo dos últimos anos, são empresas de médio porte, na sua maioria.

E para esse modelo, o PGBL e VGBL é o principal ou melhor fonte pra acumulação de aposentadoria.

Nós vemos também um crescimento muito grande do profissional independente, do autônomo, que não está vinculado à uma organização.

Esse produto também, PGBL e VGBL é muito adequado pra essa população.

É um produto que tem um potencial de crescimento de apoiar a população e os indivíduos na acumulação para a aposentadoria muito grande.

O que a gente tem visto ao longo dos anos é que, é um produto que tem um baixo nível de acompanhamento, seja do indivíduo ou de uma empresa que oferece esse benefício para os seus colaboradores, e essa realidade pode fazer com que as pessoas não tenham consciência de que a sua acumulação pode estar inadequada para o momento que ela quer se aposentar.

Então nós estamos olhando com bastante carinho esse mercado, desenvolvemos um produto que é específico para esse segmento, que visa apoiar o indivíduo a definir com maior razoabilidade, quanto ele

precisará na aposentadoria para viver, de acordo com o padrão de vida que ele quer ter naquele momento e qual é a necessidade de contribuição para que ele consiga recursos financeiros pra esse desejo, pra esses objetivos.

E ajudar as organizações a acompanhar se a administração, a gestão financeira, a rentabilidade dos investimentos que é oferecido aos seus empregados está adequada.

Então é um produto que se conecta, o PGBL que existe no mercado, porém oferece uma experiência aprimorada, uma experiência mais adequada, mais agradável pro indivíduo e um acompanhamento mais próximo do investimento que uma organização faz nesse benefício para os seus colaboradores.

Uma parte da nossa contribuição WTW para a sustentabilidade desse sistema.

[CARINA RODRIGUES] Que bom. Muito bem, Evandro.

A gente tá chegando aqui no final desse episódio do podcast Saúde e Benefícios, com reflexões importantes sobre a previdência complementar, e o impacto desse benefício na vida do empregado.

A gente tem assunto, né Evandro, pra horas de podcast..

[EVANDRO OLIVEIRA] É isso, é isso.

[CARINA RODRIGUES] Mas infelizmente a gente tem que finalizar.

Você tem alguma mensagem que você gostaria de deixar para os nossos ouvintes?

[EVANDRO OLIVEIRA] Cuidem da sua saúde financeira também, olhando o curto, médio e longo prazo.

[CARINA RODRIGUES] Mais uma vez, obrigada Evandro, pelas suas valiosas contribuições aí, por dividir conosco todo o seu conhecimento.

Obrigada a todos os ouvintes por nos acompanharem nesse episódio e até a próxima edição do podcast Saúde e Benefícios.

[EVANDRO OLIVEIRA] Tchau.

[ANNOUNCER] Obrigado por participar do podcast Saúde e Benefícios.

Para mais informações, acesse nossas mídias sociais e a sessão de insights no wtwco.com.

Sobre a moderadora

Ana Carina Rodrigues
Consultora Sênior de Previdência

Atua na área de Benefits Advisory & Compliance da WTW como assessora dos Fundos de Pensão e suas patrocinadoras nos mais diversos processos. Desde licenciamentos junto à Previc até a definição de estratégias relativas ao benefício de previdência complementar dos clientes nas reorganizações societárias.


Sobre o convidado

Evandro Luis de Oliveira
Líder de Previdência da WTW

Responsável pelas operações de consultoria em Previdência no Brasil. Além de suas responsabilidades gerenciais, é um dos consultores seniores da WTW com cerca de 20 anos de experiência no segmento de Benefícios.


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