Em março deste ano, foi sancionada a Lei 14.831/2024, que cria o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental para organizações que atenderem aos parâmetros determinados e comprovarem o compromisso com o bem-estar emocional dos seus empregados. A iniciativa tem como objetivo estabelecer padrões e diretrizes para empresas interessadas em promover um ambiente de trabalho saudável e favorável à saúde mental de seus colaboradores.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, em 2023, houve aumento de 38% nos benefícios concedidos por transtornos mentais e comportamentais em relação ao ano anterior. Casos de depressão cresceram também na saúde complementar: o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) aponta que entre 2020 e 2023, subiu de 11,1% para 13,5% o número de beneficiários com a doença.
Desde a pandemia, o debate sobre a saúde mental acontece com mais cuidado, no entanto, ainda há um longo caminho a percorrer para a efetividade das ações. Veja, a seguir, motivos e estratégias para continuar investindo na saúde mental dos empregados.
Por que e como investir na promoção da saúde mental dos empregados?
Além dos dados que alertam sobre o aumento de doenças de ordem psicológica e mental, como aumento nos afastamentos previdenciários e do absenteísmo, as empresas entenderam a necessidade de elaborar um EVP (Employee Value Proposition) , visto que vários outros fatores psicossociais no ambiente de trabalho, relacionados à experiência do empregado interferem no equilíbrio de saúde emocional. A pesquisa Tendências de Benefícios de 2023, realizada pela WTW, revela que, além do apoio ao desenvolvimento à carreira, benefícios de saúde estão entre as prioridades dos colaboradores.
De acordo com o estudo da WTW, 46% das empresas se preocupam em satisfazer todos os profissionais, o que demanda incorporar a agenda de diversidade, equidade e inclusão (DEI) aos programas de bem-estar e de saúde mental.
E quais são os desafios no cuidado com a saúde mental nas empresas?
A pesquisa também mostra que aproximadamente quatro em cada 10 empresas (38%) pretendem melhorar o seu apoio à saúde mental, porém os custos com plano de saúde e a composição diversa das equipes de trabalho tornam o investimento em saúde mental dos empregados mais complexo, com necessidade de encontrar soluções mais efetivas de saúde mental que contemplam a diversidade de sexo, questões sociais, raça e orientação sexual.
Como promover o cuidado com a saúde mental nas empresas?
Com o Brasil na quarta pior posição no ranking de bem-estar global, conforme apontado pelo relatório da Sapiens Lab, empresas devem adotar uma abordagem holística e proativa para garantir o cuidado, a performance e a sustentabilidade das atividades. Conheça as principais iniciativas para líderes e RH estarem atentos:
Uma estratégia robusta e eficiente de cuidado com a saúde mental começa com a conscientização e sensibilização das lideranças e gestores. São essas pessoas que estão diariamente em contato com os empregados e têm o poder de criar espaços mais saudáveis, inclusivos e equilibrados, além de encorajar que profissionais cuidem de si mesmos.
Uma estratégia robusta e eficiente de cuidado com a saúde mental é aquela capaz de considerar o contexto externo e as necessidades internas da empresa e das pessoas para criar uma oferta mais competitiva e efetiva. Sendo assim, é preciso que líderes e RH tenham dados que apontem os melhores caminhos e decisões, que ajudem a identificar lacunas e oportunidades e entregar uma experiência mais personalizada para as pessoas.
Por falar em personalização, uma estratégia robusta e eficiente de cuidado com a saúde mental deve estar conectada com objetivos de ESG, incluindo a agenda de DEI. Primeiro, porque a questão da saúde mental é um problema da sociedade e está conectada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Como mencionado acima, existem particularidades entre diferentes perfis, gerações e contextos de vida, o que exige que a estratégia de benefícios e os programas oferecidos tenham uma premissa equitativa e mais próxima possível do que as pessoas realmente precisam.
A atenção à saúde mental dos empregados deixa de ser uma tendência ou diferencial para se tornar fator extremamente estratégico para o negócio. Uma experiência saudável no trabalho somada à oferta de benefícios em saúde adequada certamente refletirá na adesão e na retenção de talentos, bem como no desempenho profissional das equipes e, consequentemente, nos resultados da companhia.
Continue se aprofundando no tema com a leitura do artigo indicadores de bem-estar essenciais para acompanhar na sua empresa.