Encontrar um equilíbrio entre as expectativas dos colaboradores e as necessidades do negócio em termos de benefícios e bem-estar é um desafio para a área de Recursos Humano. Um exemplo disso é a oferta de planos de saúde, altamente valorizada pelos funcionários, mas que também pode acarretar significativos custos para a empresa.
De acordo com a última pesquisa de Tendências Médicas da WTW, está previsto um aumento de 16,62% no valor da assistência médica este ano. Da ampliação da cobertura obrigatória a hábitos e comportamentos individuais, a disponibilização desse benefício está suscetível a diversas complexidades que exigem que profissionais de RH estejam atentos a todos os motivos que podem gerar desequilíbrio financeiro da apólice de saúde. Entre eles, temos que a hiperutilização.
Abaixo apontamos como lidar com a hiperutilização do plano de saúde. Acompanhe.
Quais fatores geram hiperutlização do plano de saúde pelos empregados?
Existem vários motivos que podem contribuir com o uso excessivo do plano de saúde, entre eles a falta de hábitos preventivos que poderiam reduzir a necessidade de assistência médica, a falta de orientação do uso adequado dos recursos de saúde, e a própria solicitação de exames em excesso por parte dos profissionais médicos.
De acordo com Walderez Fogarolli, diretora de gestão de saúde da WTW, os usuários hiperutilizadores pode podem ser agrupados da seguinte forma:
Nesta categoria estão incluídos casos de pessoas que usam indiscriminadamente o plano, por exemplo, fazendo diversos exames ao longo do ano sem que haja real necessidade; aquelas que vão ao pronto-socorro em busca de atestados médicos; ou ainda, situações de possível fraude, como a apresentação de recibos duplicados para obtenção de reembolso.
Abrange situações em que as pessoas enfrentam algum problema de saúde, mas não utilizam o plano de maneira adequada. “Podemos citar como exemplo um diabético que não tem um médico de referência, não segue regularmente a medicação prescrita e recorre ao pronto-socorro devido a complicações da doença. Outro caso são pessoas com desequilíbrios emocionais que consultam vários especialistas em busca de um diagnóstico para doença física.”, explica Walderez.
Por último, há o uso apropriado do plano, que se destina a pessoas com diagnósticos confirmados e que necessitam de acompanhamento e tratamento regulares, como é o caso das terapias oncológicas, psicológicas, e outras formas de intervenção médica.
Como as empresas podem lidar com esse desafio?
O primeiro passo é garantir uma educação continuada sobre o uso correto do plano de saúde, além de análises periódicas das bases de sinistro, bases ocupacionais , identificando usuários com risco de adoecimento e ou portadores de doenças crônicas , de alto custo, além de mapear os usuários com desvios de utilização.
No caso dos hiperutilizadores, o próximo passo é identificar o motivo. “Aqui na WTW, temos um programa chamado “Olho na sua saúde”, onde , através de entrevistas é possível mapear o perfil dos colaboradores , suas necessidades e, assim, orientar para o uso correto”, comenta Walderez.
Além disso, é fundamental que as empresas tenham uma postura educativa, com campanhas que orientem e conscientizem sobre a melhor forma de aproveitar o plano de saúde e sobre a importância de adotar hábitos saudáveis para prevenção de doenças. Da mesma forma, líderes, como multiplicadores da cultura de bem-estar, devem incentivar a saúde e bem-estar de suas equipes.
Ter uma visão holística da gestão de benefícios e mitigar a hiperutilização do plano de saúde devem ser prioridade, se a sua empresa busca formas de equilibrar cuidado e custo.