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Gerenciamento do risco de inundação: estratégias de proteção e resiliência

Outubro 1, 2024

O aumento global do risco de inundação exige ação proativa para identificar e mitigar exposições, construindo resiliência contra desastres.
Climate|natural-catastrophe|Property Risk and Insurance Solutions|Risk and Analytics
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À medida que o risco de inundação aumenta globalmente, as organizações precisam identificar e mitigar suas exposições de forma proativa. Tomar medidas antecipadas é fundamental para construir resiliência contra desastres relacionados a enchentes.

As inundações representam uma ameaça crescente para países em todo o mundo. O relatório de catástrofes naturais da WTW destaca que, neste ano, o Brasil enfrentou um dos piores eventos de inundação já registrados, enquanto o Golfo Pérsico também sofreu com inundações devastadoras.

No leste da África, as enchentes causaram destruição significativa, e na Europa, Alemanha, Bélgica e Países Baixos foram forçados a evacuar cidades e vilarejos inteiros.

1,8bi de pessoas agora vivem em áreas de risco de grandes eventos de inundação

As evidências indicam que as inundações estão se tornando cada vez mais frequentes, com impactos catastróficos para pessoas e propriedades. De acordo com o Banco Mundial, 1,8 bilhão de pessoas – quase um quarto da população global – vivem atualmente em áreas sob risco de grandes eventos de inundação.

Diante dessa realidade, as organizações precisam incorporar essa ameaça em suas estratégias de planejamento e preparação.

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O que significa inundação?

Inundação é a submersão temporária de terras secas pela água de chuvas intensas, rios transbordando ou picos costeiros. Inundações em áreas urbanas tendem a causar a maior preocupação, mas elas podem acontecer em qualquer lugar, incluindo em ambientes áridos e desertos, bem como em solo saturado.

Na prática, existem três tipos principais de inundação:

  • As inundações de fulgor são causadas por chuvas muito intensas que caem durante um curto período, normalmente algumas horas. Embora possam acontecer em qualquer lugar, elas são particularmente problemáticas em locais construídos. Nas cidades, o escoamento de água de estradas e superfícies de concreto pode sobrecarregar os sistemas de drenagem, levando a inundações rápidas.

    Além disso, enchentes podem ocorrer quando o solo não consegue absorver o influxo repentino de água, como em regiões áridas, áreas afetadas pela seca ou solo já saturado. Inundações não ocorrem necessariamente onde a chuva é mais pesada – a água pode fluir do solo mais alto.

  • As inundações fluviais ocorrem quando um rio transborda devido a fortes chuvas, derretimento de neves ou obstruções que bloqueiam seu curso natural. Áreas próximas aos rios, conhecidas como planícies, estão sob maior risco.
  • Surtos de tempestades são causados por ondas de água elevadas, normalmente provocadas por baixa pressão atmosférica e ventos fortes, que invadem regiões costeiras e provocam inundações severas.

Vários estudos[1] mostram que as mudanças climáticas estão aumentando o risco de inundações. Além do aumento do nível do mar, que intensificam as inundações costeiras, o aumento das temperaturas médias globais resulta em um ar mais quente, capaz de reter mais umidade, o que contribui para a intensificação das chuvas.

Em regiões onde as mudanças climáticas estão impulsionando períodos prolongados de seca, o solo pode se tornar seco e compactado, reduzindo sua capacidade de absorver chuvas de forma eficaz. O aumento dos níveis do mar aumenta a probabilidade e o impacto das inundações costeiras.

A urbanização contínua agrava ainda mais o problema. Com o aumento de superfícies impermeáveis, como concreto e asfalto, a água da chuva não pode se infiltrar naturalmente no solo, o que eleva o escoamento e a probabilidade de inundações.

Um recente relatório do Banco Mundial ressalta que o aumento do desenvolvimento em áreas em risco eleva ainda mais a possibilidade de inundações.[2]

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Quantificando o risco de inundação

Diante desses desafios, nunca foi tão essencial para as organizações identificar e quantificar os riscos de inundação que enfrentam. Esse processo permite uma compreensão clara da vulnerabilidade, possibilitando a adoção de medidas adequadas de mitigação. A boa notícia é que diversas ferramentas e suporte estão disponíveis para ajudar as organizações a se protegerem.

Primeiro, as ferramentas de mapeamento de perigos podem ser usadas para plotar informações de risco de inundação em um mapa. Com dados precisos de geolocalização, é possível fazer mapas detalhados, com risco variando consideravelmente em pequenas áreas.

Por exemplo, a ferramenta Global Peril Diagnostic da WTW, que utiliza dados da Munich Re, pode ajudar a identificar a exposição e inundações em um local específico ou em um conjunto de locais. Além disso, muitas agências governamentais publicam mapas de risco de inundação que fornecem informações valiosas sobre zonas de risco e eventos históricos.

Em seguida, as ferramentas de modelagem de catástrofes permitem estimar as prováveis perdas financeiras de inundações às quais um local, ou um conjunto de locais, está exposto.

As ferramentas de modelagem de catástrofes permitem estimar as prováveis perdas financeiras de inundações às quais um local, ou um conjunto de locais, está exposto.”

Katherine Latham | Gerente de análise de catástrofes naturais

Essas ferramentas combinam dados de risco de inundação e informações como características do local, cronograma de valor da organização e vulnerabilidade da propriedade para estimar possíveis perdas.

Quanto mais detalhados e precisos forem os dados de exposição, mais confiáveis serão essas estimativas.

Com os resultados em mãos, os especialistas em catástrofes naturais da WTW ajudam as organizações a avaliar se a cobertura de seguro existente é adequada. Além disso, quando as seguradoras têm acesso a estimativas precisas de perdas disponíveis, é possível manter os prêmios mais baixos, pois a precisão dos dados reduz a incerteza envolvida no risco.

Consultores especializados também podem oferecer consultoria estratégica de risco, que geralmente inclui atividades como mapeamento de perigos e modelagem de catástrofes. Esse suporte adicional é fundamental para organizações que estão avaliando suas opções de gestão de riscos, mitigação e seguro.

Um exemplo disso é uma empresa do Reino Unido que buscou quantificar o risco de inundação em seus locais mais vulneráveis, com o objetivo de entender suas potenciais perdas, incluindo o tempo de inatividade dos negócios, identificando as melhores estratégias para reduzir o risco.

A análise detalhada, com base em mapas de inundações e outras fontes de dados, bem como informações sobre a vulnerabilidade do edifício e defesas locais planejadas, estimou a provável perda máxima para cada local. Em um dos locais, as obras de mitigação de inundações reduziram esse valor em aproximadamente 35%. O estudo culminou em uma análise de custo-benefício de possíveis medidas de mitigação de risco, permitindo que a empresa priorizasse suas estratégias. Como resultado, optou-se por investir em soluções de proteção, como barreiras contra inundações, bombas, desumidificadores e geradores móveis para reduzir o tempo de recuperação.

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O papel do seguro paramétrico

Os produtos de seguro desempenham um papel essencial em proteger financeiramente as organizações contra o risco de inundação.

Com o uso de ferramentas de mapeamento de inundações e modelagem de catástrofes, que oferecem estimativas determinísticas e probabilísticas para danos à propriedade, interrupção nos negócios e outras perdas, as organizações conseguem avaliar a quantidade de cobertura necessária e definir o nível de prêmio com o qual se sentem confortáveis.

Tradicionalmente, essa proteção é oferecida por seguro tradicionais, que cobrem principalmente danos à propriedade e interrupção de negócios, por meio de um longo processo de ajuste de perda.

No entanto, as soluções de seguro paramétrico podem fornecer uma proteção adicional valiosa quando as apólices tradicionais não atendem plenamente às necessidades dos clientes.

Com o aumento desse risco, o seguro paramétrico pode complementar o seguro as apólices tradicionais, preenchendo lacunas deixadas por elas – seja em casos onde determinados tipos de risco não estão cobertos ou quando são aplicados excessos mais altos e limites de cobertura mais baixos.

O seguro paramétrico paga um valor definido ao segurado quando um evento específico atinge um limite previamente estabelecido.

Por exemplo, uma apólice paramétrica pode oferecer indenização se for registrada uma quantidade determinada de chuva em uma localidade específica, ou se imagens de satélite confirmarem a presença de água de inundação em área coberta. Assim, tanto a estrutura da solução de seguro paramétrico quanto os pagamentos são totalmente definidos no início do contrato.

Assim, o seguro paramétrico pode oferecer mais transparência em comparação com as apólices tradicionais, pois os segurados sabem exatamente o que receberão em situações específicas.

Além disso, as indenizações costumam ser processadas rapidamente, uma vez que não há necessidade de um ajuste formal de perdas. As medições do evento são simplesmente cruzadas com a forma como a perda é calculada no contrato, e os pagamentos podem ser transferidos rapidamente.

A organização pode, então, usar indenizações paramétricas da maneira que considerar mais adequada, inclusive para custos como interrupção de negócios sem danos ou interrupção da cadeia de suprimentos, que o seguro de propriedade tradicional normalmente não cobre.”

Jaskirat Singh | Soluções alternativas de transferência de risco

Em seguida, a organização pode usar indenizações paramétricas da maneira que considerar mais adequada, inclusive para custos como interrupção de negócios sem danos ou interrupção da cadeia de suprimentos, que o seguro de propriedade tradicional normalmente não cobre.

Uma consideração importante antes de obter uma apólice paramétrica é o risco base – a diferença entre a indenização do contrato paramétrico e o valor que um cliente pode exigir.

Isso pode ocorrer se as perdas forem maiores do que um contrato paramétrico calcula. Os corretores especialistas da WTW revisam e analisam quantitativamente essas políticas para minimizar o risco base e garantir cobertura de alta qualidade para todos os clientes.

Apesar do risco base, os benefícios do seguro paramétrico muitas vezes superam essas preocupações, e as organizações em muitas linhas de negócios adquirem essa solução.

Um exemplo de um cliente que ajudamos é uma grande empresa farmacêutica nos EUA, que enfrentava excessos maiores devido ao aumento constante do risco de inundações. Para gerenciar sua exposição, a empresa optou por uma solução paramétrica. A apólice prevê o pagamento se um surto de tempestade exceder 4,9 metros, conforme medido pela estação mais próxima da National Oceanic and Atmospheric Administration.

A WTW analisou de forma independente essa escolha de 4,9 metros para minimizar o risco base e garantir que os pagamentos, de acordo com as necessidades do cliente, sejam atendidos em caso de inundação.

Na prática, é claro, cada organização enfrenta considerações diferentes. A maneira mais apropriada de gerenciar riscos varia de uma para outra, dependendo de suas circunstâncias individuais. O ponto de partida é avaliar a exposição – que definirá a resposta certa.

Entre em contato conosco agora para discutir como podemos ajudar a sua empresa nesse processo de gestão de risco de forma mais eficaz.

Notas de rodapé

  1. Climate change impact on flood and extreme precipitation increases with water availability. Return to article
  2. Global evidence of rapid urban growth in flood zones since 1985, Return to article
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