ALVARO Sejam bem-vindos ao Podcast POD+Seguros.
Eu sou Álvaro Trilho, Diretor de Gestão de Riscos da WTW. E hoje tenho o prazer de participar de
mais um podcast, com um assunto muito interessante.
No episódio de hoje, contamos com a presença da nossa convidada, Monica Porto, gerente de
Due Diligence da WTW. Ela atua a quase trinta anos no mercado de seguros, tendo trabalhado
com engenharia de riscos, subscrição e comercial em grandes seguradoras e corretoras. Vamos
mergulhar no tema de Due Diligence, conhecendo o seu significado, sua utilização e muito mais.
Bem-vinda, Monica. É um prazer falar com você.
MONICA Obrigada Álvaro pelo convite. Espero contribuir com este podcast falando um pouco
desse assunto tão vasto.
ALVARO Então vamos lá. O que significa Due Diligence?
MONICA Bem, esse é o termo em inglês e significa diligência prévia.
É um procedimento de avaliação detalhado e levantamento de qualquer situação de risco antes
da tomada de alguma decisão. Trata-se de uma ferramenta para identificar se os riscos internos e
externos estão adequadamente administrados.
ALVARO Legal, muito bom. E para quais situações podemos aplicar o Due Diligence?
MONICA Bem, existem vários tipos de Due Diligence. Por exemplo, no Due Diligence
ambiental, é feito uma avaliação do impacto ambiental das operações da empresa, identificando
possíveis riscos relacionados a regulamentações ambientais.
No Due Diligence financeiro, analisa-se a avaliação da saúde financeira da empresa.
Existe também o Due Diligence jurídico que busca identificar os possíveis passivos legais, e
avaliar a robustez jurídica do cliente. É no Due Diligence jurídico onde se analisam alguns pontos
de compliance.
Temos também, Due Diligence contábil fiscal, onde se identificam os possíveis passivos fiscais.
Existe o Due Diligence trabalhista, que analisa documentos trabalhistas.
O Due Diligence imobiliário, analisa os documentos e técnicas, aumentando a transparência e
reduzindo os riscos das negociações com imóveis. E, finalmente, o Due Diligence de seguros, onde analisamos os “gaps”, quer dizer, as lacunas das coberturas, condições e/ou limites das
apólices, em relação à situação atual da empresa.
ALVARO Muito interessante. Não sabia que existiam todos esses tipos de Due Diligence.
De certa forma, então, o Due Diligence é um tipo de auditoria, né? Só que tem um escopo mais
amplo, abrangendo diversos aspectos da empresa. Imagino que ele também pode ser realizado
em processos de fusões e aquisições, financiamentos ou reestruturações.
Também pode ser realizado em projetos, antes da empresa entrar em operação, correto?
MONICA Sim, com certeza. É importante fazer o Due Diligence antes de iniciar a operação da
empresa.
Mesmo antes da empresa, no caso uma planta industrial, entrar em operação, existem riscos que
devem ser administrados, sendo que alguns deles, são endereçados nas apólices de seguros.
Por isso, o Due Diligence pode e deve ser feito nessa fase, também.
Em fusões e aquisições, o Due Diligence é importante para que a parte interessada na aquisição
possa conhecer melhor os riscos operacionais da parte que está à venda.
Já em financiamentos, o financiador precisa entender se algum risco específico pode dificultar o
recebimento do pagamento pela parte financiada, e por isso, exige alguns seguros. Nessa etapa,
o Due Diligence deve ser realizado.
E finalmente, em reestruturações, deve ser realizado o Due Diligence pois normalmente nesses
casos, novos riscos surgem no processo.
ALVARO Legal, muito interessante. E como é realizado o Due Diligence para seguros?
MONICA É feito um levantamento de diversos documentos da empresa. Dependendo do tipo
de seguro, a documentação pode ser diferente.
Após esse levantamento, são feitas várias análises, revisão das apólices de seguro, analisando
as apólices existentes e verificando o tipo de cobertura, valor segurado, prêmios e as exclusões.
Avaliação da adequação das coberturas, comparando o perfil de risco da empresa, com as
coberturas de seguro existentes e verificando se há coberturas com limites baixos, excesso de
cobertura, ou ausência de proteção para certos riscos críticos.
Validade e condições gerais das apólices, verificando se elas estão vigentes e revisando as
condições gerais e cláusulas contratuais para entender restrições, limitações e possíveis
responsabilidades.
Análises de sinistro examinando o histórico de sinistro, isso ajuda a identificar se há um padrão
de riscos elevados ou falha nas coberturas.
Análise dos custos, examinando o custo-benefício das apólices, avaliando o valor dos prêmios em
relação às coberturas contratadas, e comparando com o mercado para identificar oportunidade de
otimização.
E por fim riscos não seguráveis, através da identificação de riscos que não estão cobertos
pelas apólices e que podem ser tratados de outra maneira, como por meio de gestão interna ou
contratação de novos seguros.
Após essa análise, um relatório é gerado com sugestões para melhorar ou ajustar as coberturas
de seguro, indicando ações corretivas, renegociações com seguradoras ou a contratação de
novas apólices.
Por exemplo, no seguro patrimonial, necessitamos analisar as apólices, os relatórios de inspeção,
de avaliação patrimonial, de impacto ambiental, de sinistros e questionários de seguros. Através
da análise desses documentos, comparamos com a situação e o tipo da atividade da empresa.
Um exemplo simples: Se a empresa está localizada perto de um rio, e se não possui a cobertura
de inundação, fazemos a sugestão da inclusão dessa cobertura na apólice.
ALVARO Perfeito. Então é realmente importante realizar Due Diligence para seguros, não?
MONICA Sim. É importante fazer Due Diligence para saber se as apólices estão adequadas,
consequentemente se a empresa está protegida e se está pagando o valor adequado.
ALVARO Ok. Em qual momento deve-se realizar o Due Diligence? A periodicidade pode variar
de acordo com o tipo de atividade do cliente
MONICA Muito interessante a sua pergunta. O mais adequado é fazer esse trabalho alguns
meses antes da renovação, para amparar esse processo, mas pode ser realizado a qualquer
momento.
Já a periodicidade, para atividades mais complexas, sugerimos um trabalho anual. Para outras
atividades, caso não haja uma mudança significativa na operação, a sugestão é a cada dois anos.
ALVARO E existem também os casos pontuais, como falamos anteriormente, fusões e
aquisições, financiamentos e reestruturações, né.
Vamos lá. O que a empresa precisa fazer para contratar esse tipo de serviço?
MONICA Essa pergunta é muito importante.
Principalmente, falar com o seu corretor. Nós realizamos esse tipo de trabalho para clientes e
também para empresas que não são clientes.
ALVARO Excelente.
E para que nossos ouvintes possam se programar, normalmente quanto tempo leva para realizar
uma Due Diligence de seguros? Para uma apólice específica Ou para todo o portfólio de seguros
de uma empresa?
MONICA O tempo para realizar o trabalho de Due Diligence vai depender do tipo da atividade
da empresa. Se ela é complexa ou não.
ALVARO Perfeito. Mas assim, só para dar uma ideia, seria um dia, uma semana, três meses?
MONICA Vai depender da complexidade. Alguns meses seriam necessários, com certeza.
ALVARO Perfeito, muito obrigado. Realmente esse tipo de trabalho é muito importante, como
vocês puderam ver. Através dele, as empresas vão ficar mais tranquilas, tendo a certeza de que
suas operações estão adequadamente seguradas.
Bem, chegamos ao final de mais um episódio, agradeço à Monica pelo seu tempo e pelo ótimo
papo. Monica, algum comentário adicional?
MONICA Obrigada, Álvaro, pela conversa e fico à disposição dos ouvintes para conversarmos
sobre possíveis esclarecimentos.
ALVARO Ok, então terminamos por aqui e agradecemos aos ouvintes e até o próximo episódio.
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