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Perspectivas para o segmento de previdência em 2025

Episódio 7: Perspectivas para o segmento de previdência em 2025

Dezembro 17, 2024

Health and Benefits|Retirement|Benessere integrato
N/A

Neste episódio, vamos conversar com nossos especialistas sobre importantes mudanças no setor de previdência, como a possibilidade de adesão automática e o prazo para opção do regime de tributação.

Atuar na melhoria da saúde financeira do seu empregado, é também trabalhar nas outras dimensões de bem-estar.”

Helio Okuma | Diretor de Previdência da WTW
Episódio 7: Perspectivas para o segmento de previdência em 2025

Transcrição:

[HELIO] Empregados com preocupações financeiras podem ser menos engajados. Ter uma produtividade reduzida e serem mais suscetíveis a buscar um novo emprego. Também tendem a se sentirem mais sozinhos, com níveis maiores de ansiedade e maior risco de depressão.

Atuar na melhoria da saúde financeira do seu empregado é também trabalhar nas outras dimensões de bem-estar. Se com essas ações a sua empresa conseguir melhorar um ou mais indicadores que eu mencionei, com certeza todos sairão ganhando.

[ANNOUNCER] Você está ouvindo o Podcast Saúde e Benefícios, uma coleção de entrevistas da WTW, onde exploramos assuntos abrangentes como saúde, bem-estar, benefícios e as mais recentes novidades e tendências do mercado.

[CARINA] Sejam bem-vindos à mais um episódio do nosso podcast Saúde e Benefícios.

Para quem ainda não me conhece, meu nome é Carina, eu sou advogada e atuo como consultora de previdência na WTW. Hoje eu trouxe aqui para esse papo com a gente, o Helio Okuma. Ele é nosso diretor de previdência no Brasil.

Helio, tudo bem? Eu vou começar agradecendo seu tempo com a gente, para falar de um modo geral, sobre tudo que aconteceu nesse ano de 2024, e o que a gente espera para previdência complementar em 2025.

[HELIO] Olá Carina, tudo joia.

Satisfação em compartilhar algumas reflexões sobre 2024 e perspectivas para o próximo ano.

[CARINA] Helio, a gente está chegando ao final de 2024 com algumas mudanças regulatórias importantes no setor, como a possibilidade de adesão automática, o prazo para opção do regime de tributação, e enfim a tão esperada alteração da resolução 23, para regulamentar o processo de retirada de patrocínio.

De um modo geral, como é que você encara essas mudanças para o nosso seguimento?

[HELIO] Como você comentou, esse ano foi marcado por notícias positivas para o setor de previdência complementar. Tanto para as empresas que podem adotar a adesão automática, quanto para os empregados que podem decidir pelo regime de tributação no momento da aposentadoria.

Em relação à adesão automática, como em qualquer outra novidade, é necessário entender como isso nos afeta.

Quais são os benefícios e as barreiras, e planejar como implementar. O mais importante, é que o primeiro passo já foi dado. Muitas empresas começaram a analisar o tema, e devem avançar com essa discussão em 2025.

Mas, qualquer empresa deve implementar a adesão automática?

Entendo que não. Mas acredito que após uma análise de cada caso, mais empresas e fundos de pensão adotarão esse mecanismo, dando aquele empurrãozinho aos empregados para começarem a tomar gosto pela previdência complementar. Tenho convicção que os esforços de todos, empresas e fundo de pensão, na superação de obstáculos operacionais, gerarão bons frutos para todos no futuro.

Porém, os desafios não são pequenos, né, Carina.

A WTW divulgou a pesquisa Atitude Sobre Benefícios em 2024, que traz a visão dos empregados, e nela, 37% dos empregados indicaram que possuem algum problema financeiro que impacta negativamente suas vidas. E 45% indicaram que vivem mês após mês com seu salário, não tendo condições para poupar e para a aposentadoria.

Um retrato alarmante. Então o que fazer? A preparação para a aposentadoria é com certeza um desafio individual, né Carina.

Porém acredito que juntando forças, as empresas e os empregados terão resultados melhores. E uma melhoria contínua no bem-estar financeiro das pessoas.

[CARINA~É verdade, Helio. Os desafios não estão pequenos e nunca param, né. Cada dia a gente tem um desafio novo para enfrentar. Como resultado dessa pesquisa, a gente observa, esse gap entre o esforço da empresa e o desejo do empregado. A pesquisa ela nos mostra que o foco de um, é inversamente proporcional ao do outro.

Tendo que a empresa está amplamente focada no bem-estar emocional dos seus empregados, e estes, desejam que seja priorizado o seu bem-estar financeiro.

O que que você tem para dizer sobre este resultado, Helio? Você acha que ele reflete 100% da realidade?

[HELIO] Diria, Carina, que os resultados das pesquisas, apesar de parecerem de certa forma contraditórios, fazem sentido.

As empresas sabem da importância do bem-estar emocional e físico de seus empregados para buscarem seus resultados empresariais.

E os empregados, por seu lado, sentem que os problemas financeiros impactam negativamente a sua vida de várias formas. Empregados com preocupações financeiras, podem ser menos engajados, ter uma produtividade reduzida, e serem mais suscetíveis a buscar um novo emprego.

Também tendem a se sentirem mais sozinhos, com níveis maiores de ansiedade e maior risco de depressão. Além disso, são mais propensos a ter uma condição de saúde mais frágil, e um risco aumentado de terem problemas crônicos. Portanto, atuar na melhoria da saúde financeira do seu empregado, é também trabalhar nas outras dimensões de bem-estar.

E impacta os resultados do seu negócio. Se com essas ações sua empresa conseguir melhorar um ou mais indicadores que eu mencionei, com certeza todos sairão ganhando.

E como trabalhar isso? Hoje em dia, não é por falta de informação que as pessoas tomam decisões financeiras ruins. Na internet, existem milhões de tutoriais de como fazer quase tudo, o problema ao meu ver é a falta de foco e ações de engajamento dos empregados. O que quero dizer?

Como posso melhorar a saúde financeira de alguém?

Para mim, o primeiro passo é o diagnóstico. Como podemos tratar um problema se não sabemos qual é?

Nesta fase, destaco duas ações principais: A conscientização e o diagnóstico.

Vamos aumentar o interesse do empregado sobre a importância da saúde financeira, e fazer um check-up para conhecer seus principais problemas financeiros.

O segundo passo envolve ações de engajamento, criar ações específicas para tratar os gaps identificados. Não dá para termos apenas um remédio para diferentes tipos de problemas, não é, Carina?

[CARINA] É verdade, Helio. É a mesma coisa quando a gente tem criança em casa. Está com febre, é uma medicação, dor de dente, a gente dá outra, aqui é a mesma coisa.

[HELIO] Exatamente. Temos que trabalhar de forma ampla para que todos se sintam ouvidos, e assim aumentar o engajamento com o programa. E por fim, mas tão importante quanto os passos anteriores, temos o acompanhamento. Quando ações recorrentes de cuidado e bem-estar financeiro são implementadas.

Ah, e a cereja do bolo, seriam as ações individuais, Carina. Como por exemplo, consultorias financeiras individuais.

Se a sua empresa oferecer suporte individual, o nível de satisfação desse empregado impactado tende a melhorar. Veja que é um ciclo, você trata de alguns problemas, e os resolve, e no próximo ciclo, eventualmente outros problemas podem surgir.

A ideia é que, progressivamente seu empregado tenha uma melhoria contínua da sua saúde financeira. E com isso, uma melhoria de seu bem-estar de forma geral.

[CARINA] É, com certeza. Uma coisa puxa a outra.

Pegando esse gancho, a gente pode falar também, do evento global recente da WTW, o Global Defined Contribution Conference, que destacou pilares importantes, já conhecidos e amplamente discutidos, no âmbito das entidades de previdência complementar, como investimentos e governança. O engajamento também, dos colaboradores em relação ao benefício de previdência complementar.

Mas tem um tópico que é menos debatido, que foi trazido nessa conferência, que é a fase de desacumulação. Na minha visão, acho que de todas, não é que é mais importante, mas ela tem um peso grande no futuro das pessoas.

Como você acha que as entidades ou as empresas que oferecem o benefício de previdência complementar, elas podem ajudar seus participantes quando entram nessa fase?

[HELIO] Interessante essa pergunta. Veja que os temas acabam se interligando.

Falamos de saúde financeira, bem-estar, e agora estamos falando de desacumulação, engajamento, de novo, e investimentos.

Neste tópico, entendo que as empresas e entidades que administram planos de previdência, têm um papel importante para apoio na educação dos seus empregados e assistidos.

Veja alguns aspectos iniciais que podemos explorar a partir desses temas centrais. Quando eu penso em preocupação com desacumulação, me vem à cabeça algumas reflexões.

As formas de renda oferecidas pelo plano são simples e claras? Endereçam os desafios de longevidade maior que estamos vivendo hoje? Os aposentados entendem os impactos dos investimentos em sua renda? Devo ficar em um investimento com mais ou menos risco?

Se optar por sacar todo o dinheiro acumulado em menos tempo vou saber administrá-lo? Será suficiente?

Voltando à sua pergunta, diria que as preocupações podem estar centradas nos tipos de planos e suas características. Então as empresas podem revisitar o desenho, por exemplo, oferecendo novas formas de renda.

Ou as preocupações podem estar relacionadas às decisões que os aposentados precisam tomar. Neste caso, talvez um programa de apoio aos aposentados, os ajude em um processo de decisão e minimize as suas preocupações.

Quantas vezes ouvimos que o benefício de previdência é complexo? Várias, não? Realmente é? Deixo essa pergunta para refletirmos.

[CARINA] Você sabe que recentemente a gente fez um podcast, falando dessa complexidade toda, assim, mais no âmbito da escrita dos nossos regulamentos, das regras que a gente insere nos documentos, e não exatamente em relação ao desenho, mas tudo isso, acho que faz sentido, e como você falou no início aqui, tudo acaba se interligando, né.

De tudo isso que a gente está falando, Helio, o que que você acha que a gente pode esperar então para 2025? A gente vai ter um ano bom pela frente, ou você acha que a gente tem que se preocupar muito, aí?

[HELIO] Carina, para o próximo ano, espero que temas como adesão automática, estejam mais maduros.

O próprio processo de retirada de patrocínio que você comentou no início do nosso bate-papo, mais digerido pelo mercado, inclusive, a WTW tem um time de especialistas em temas atuariais, em compliance de governança, em comunicação e bem-estar que analisou e estruturou um processo para apoiar as empresas em relação a esse tema.

Outro ponto que vejo como tendência, é o aumento de ações de engajamento dos empregados com programas de saúde financeira e bem-estar. E também, com programas de previdência complementar modernos e que conversem com o nosso público.

E em relação a isso, o desenho do plano, deve ter relevância nessa discussão. E, a forma e canais de comunicação com seus empregados e aposentados. É a questão do foco para engajamento.

As empresas já se conscientizaram que empregados emocionalmente, fisicamente, socialmente e financeiramente saudáveis produzem mais. São mais engajados e podem impactar positivamente os resultados das organizações.

[CARINA] Helio, sensacional. Realmente, é muito bom poder conversar com você, absorver um pouco mais de conhecimento, como sempre.

Infelizmente a gente chega então ao fim de mais um episódio do podcast Saúde e Benefícios. Hoje falando sobre o que aconteceu ao longo de 2024, e as perspectivas para 2025, no seguimento de previdência complementar.

Obrigada, Helio, mais uma vez, por dividir seu tempo conosco, e tanto conhecimento. Obrigada também a todos os ouvintes por nos acompanharem neste episódio.

Até a próxima edição do nosso podcast Saúde e Benefícios, que será somente no ano que vem. Um feliz Natal e excelente Ano Novo para todos.

[HELIO] Obrigado Carina, foi muito legal esse bate-papo e espero que tenha sido útil para todos.

Dois recados finais, se interessou por algum tema tratado aqui, procure um consultor da WTW, teremos o maior prazer em continuar esse bate-papo.

A todos, Boas Festas e um excelente 2025.

[CARINA] Valeu, Helio, obrigada.

[HELIO] Valeu, obrigado.

[ANNOUNCER] Obrigado por participar do Podcast Saúde e Benefícios.

Para mais informações, acesse nossas mídias sociais e a sessão de Insights, no wtwco.com.

Sobre a moderadora


Ana Carina Rodrigues
Consultora Sênior de Previdência

Atua na área de Benefits Advisory & Compliance da WTW como assessora dos Fundos de Pensão e suas patrocinadoras nos mais diversos processos. Desde licenciamentos junto à Previc até a definição de estratégias relativas ao benefício de previdência complementar dos clientes nas reorganizações societárias.


Sobre o convidado


Helio Okuma
Diretor de Previdência da WTW

Lidera projetos de consultoria em previdência complementar, ajudando empresas a criar, redesenhar, comunicar e gerenciar planos de previdência privada. Com mais de 26 anos de experiência no setor, atualmente está à frente da equipe de consultoria em previdência da WTW.


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