A premissa básica de hoje é sobre isso, é sobre a comunicação eficiente.
ANNOUNCER Você está ouvindo o podcast Saúde e Benefícios, uma coleção de entrevistas da WTW, onde exploramos assuntos abrangentes como saúde, bem-estar, benefícios e as mais recentes novidades e tendências do mercado.
ANDREZA Olá, sejam bem-vindos a mais um episódio do nosso podcast Saúde e Benefícios.
Meu nome é Andreza e atualmente lidero a equipe de compliance da área de aposentadoria da WTW no Brasil. Hoje vocês vão perceber uma inversão de papéis aqui.
Isso porque do outro lado está a Carina, que é quem normalmente toca os nossos podcasts relacionados à previdência complementar, mas acontece que ela fez um curso muito legal e quer dividir com a gente as experiências que ela teve no curso.
Cá, conta para a gente que curso foi esse?
CARINA Primeiro, queria agradecer essa inversão que está acontecendo aqui hoje. Acho que é sempre legal a gente fazer esse movimento, inclusive em todas as áreas da nossa vida.
E, sem mais delongas então, o curso que eu fiz é de Legal Design, Visual Law e Plain Language. A ideia disso tudo, dessas palavrinhas todas aqui, é sair o jurídico que atrapalha, que segura os
trabalhos, os processos em si, e entra em cena um novo jurídico para fomentar o sistema.
O sistema hoje, trazendo aqui para o nosso negócio, que é a previdência complementar. E aí algumas pessoas podem estar se perguntando o que isso tem a ver com previdência complementar.
E eu asseguro que absolutamente tudo.
ANDREZA Mas como assim, tudo a ver com previdência? Conta para a gente, Cá.
CARINA É basicamente sobre a forma como a gente transforma e aperfeiçoa o nosso sistema jurídico que permeia o segmento. A ideia é fazer o negócio acontecer, e o negócio aqui é o oferecimento do benefício de previdência complementar e a sua efetiva utilização pelo empregado.
Para mim, o mais bacana desse curso é que a gente começa a treinar no dia seguinte a aplicação da linguagem simples. O assunto é bem antigo, né? Vem tomando corpo aí ao longo dos anos.
Se a gente prestar atenção, aqui no Brasil, desde a Constituição de 88, já tem a indicação da necessidade dos órgãos públicos pensarem na forma como prestam os serviços e se comunicam com a população.
ANDREZA É verdade. É verdade também que tem um Dia Internacional da Linguagem Simples?
CARINA E é o dia 13 de outubro, acabou de passar.
Essa data foi escolhida porque é o dia em que foi sancionada a Lei de Redação Simples dos EUA, assinada pelo Barack Obama.
E aqui no Brasil, inclusive, a gente já tem um pacto nacional do judiciário pela linguagem simples.
ANDREZA Mas Cá, essa coisa de linguagem simples não pode deixar algumas informações importantes de lado, talvez tratar questões importantes de forma superficial?
CARINA De jeito nenhum, Drê. O simples não é raso.
Tem uma citação da Federação Internacional de Linguagem Clara que exemplifica exatamente essa sua dúvida para tirar essa dúvida.
Quando a comunicação é clara, as pessoas encontram o que procuram, compreendem o que encontraram e aplicam essa informação na primeira leitura do documento. É tudo sobre a forma como a gente se comunica com o outro.
E o outro aqui é fundamentalmente, o participante do plano de benefícios que a empresa oferece para os empregados.
A gente tem que lembrar que sem participante não tem plano. E se o empregado não entende o
significado desse benefício na vida dele, ele não vai aderir. E aí a empresa despendeu recursos, energia, na implementação de um benefício que não vai ter engajamento.
ANDREZA É verdade, né, Cá? O regulamento de um plano de previdência não é algo muito fácil para a maioria das pessoas entender. É um documento extenso e cheio de linguagem técnica.
Você acha que é possível mudar a forma de escrever os nossos regulamentos, mas sem deixar de lado as questões fundamentais?
CARINA Sim, eu tenho certeza de que isso é absolutamente possível.
Se a gente, e a gente aqui eu digo o segmento com um todo, não mudar a forma de fazer a nossa comunicação desse benefício e a sua potencialidade aos empregados e empregadores, cada vez menos as pessoas vão ter interesse nesse assunto.
Para seguir com esse tema, vou fazer um paralelo rápido aqui entre as gerações atuais e a previdência complementar. Os baby boomers têm a previdência como essencial para garantir o seu padrão de vida depois da aposentadoria. Então foram pessoas que investiram fortemente nesse benefício.
A geração X são as pessoas que estão no auge das suas carreiras e têm a previdência como uma das formas de garantir uma aposentadoria confortável.
Os millenials. Aqui, a perspectiva sobre esse benefício já começa a mudar porque a prioridade deles é outra. O que eles valorizam? Flexibilidade no ambiente de trabalho, bem-estar, qualidade de vida. Embora pensem na aposentadoria, ainda não é uma prioridade.
E a geração Z. A geração Z tá no início de carreira, Nem enxerga a previdência complementar pela frente. E a nossa responsabilidade está justamente aqui, é a geração que vai ser mais afetada pelo rombo da previdência. E como a gente vai fazer esses jovens perceberem a importância do benefício para o seu futuro?
A verdade é que se a gente mudar esse contexto, todo mundo sai ganhando. A premissa básica de hoje é sobre isso, é sobre a comunicação eficiente.
E a gente precisa engajar essa turma mais jovem. Afinal de contas, a gente está aqui inclusive, falando dos nossos filhos.
Eu sempre trago para os podcasts a questão de que as minhas filhas têm previdência complementar desde o nascimento e da mesma forma hoje, está aqui você para comprovar isso e Miguelzinho, seu filhote, também tem previdência desde que nasceu.
Eu penso que quando o assunto é previdência complementar, o maior legado que a gente pode deixar para essa turma é despertar interesse e o entendimento sobre o assunto e para isso, as pessoas precisam compreender o significado do benefício.
Quando a gente traz transparência e simplicidade, a gente ganha a confiança das pessoas e fica mais fácil para que elas tomem a decisão de aderir a um plano de benefícios de previdência complementar.
Uma provocação muito simples, Andreza para você e para todo mundo que está nos ouvindo. Quantas vezes você já leu o regulamento do seu plano de previdência? Ficou muda, né? Então, não leu. E eu sei porque não leu.
Porque é um documento extenso, cheio de linguagem técnica até para a gente, que a gente entende do assunto.
É complexo, não desperta o interesse na leitura. Então é sobre isso, gente. O recado hoje aqui é uma reflexão sobre a forma de comunicar a previdência complementar.
ANDREZA Desafio aceito. Vou pegar o regulamento do meu plano agora e vou ler.
Queria sentar aqui mais uma hora com você conversando, levantando ideias de como a gente pode colocar tudo isso em prática, mas infelizmente, nosso tempo está acabando.
Agora a gente se despede de mais um podcast Saúde e Benefícios. Obrigada a todos os ouvintes por nos acompanharem mais uma vez. Até a próxima.
CARINA Até a próxima.
ANNOUNCER Obrigado por participar do podcast Saúde e Benefícios.
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