Perspetiva Global de Riscos de Lazer e Hotelaria 2023
25 janeiro 2023
A WTW entrevistou 600 decisores seniores em empresas líderes nos setores do lazer e hotelaria em todo o mundo para entender como o setor está a gerir os riscos globais e quais as oportunidades que se avizinham.
Casualty|Credit and Political Risk||Environmental Risks|Property Risk and Insurance Solutions
N/A
Uma indústria a recuperar… lentamente
Quando o Dicionário Collins escolhe “Permacrisis” (permacrise em português), como a palavra do ano em 2022, poderiam estar a pensar nos sectores do lazer e da hotelaria.
Poucas indústrias foram tão fortemente impactadas, primeiro pela Covid-19 e logo de seguida pela crise global do custo de vida.
As empresas estão também a sentir o impacto de novas tecnologias, algumas vezes concorrentes, desde plataformas partilhadas até aos equipamentos rastreadores de atividade de fitness.
As preferências do consumidor estão a mudar rapidamente, tornando difícil acompanhar o ritmo e manter a satisfação do cliente.
Como se está a adaptar o setor?
Queríamos descobrir como as empresas estão a lidar com esses desafios – e também onde veem as oportunidades emergentes que podem levar ao crescimento a longo prazo.
O nosso survey inclui uma ampla secção transversal de empresas nos setores mais tradicionais ligados ao lazer e à hotelaria, bem como empresas de entretenimento em casa, como a indústria de jogos.
Principais conclusões
A recuperação pós-pandemia ainda é um caminho que se está a fazer.
A Covid-19 atingiu de forma muito dura os setores do lazer e da hotelaria. 44% dos participantes refere que as perdas relacionadas com este evento foram maiores ou muito maiores do que o esperado nos últimos dois anos.
As empresas que participaram no nosso survey ainda estão a sentir os impactos de longo prazo, incluindo a falta de competências de colaboradores que abandonam o setor (47%) e a mudança para atividades de lazer em casa (45%).
A mudança para o digital será o maior legado da pandemia
A pandemia pode ter sido o estímulo que faltava para algumas empresas aderirem definitivamente a novas tecnologias e criarem novas ofertas inovadoras.
Quase três quartos (70%) referiram que a aceleração da mudança para o digital será o maior legado a longo prazo da Covid-19.
Maiores oportunidades para o setor do lazer e hotelaria nos próximos 2 anos
Rentabilidade é uma prioridade estratégica mais importante do que o crescimento
Com a crise global do custo de vida a surgir de forma muito dura logo após a pandemia, não surpreende que as estratégias das empresas estejam mais focadas na melhoria das margens (46%) e no crescimento por meio de aquisições (48%) do que no crescimento orgânico das vendas (35%) ao longo dos próximos dois anos.
As empresas sentem que não conseguem controlar os riscos
A sensação de “permacrise” no setor pode estar a dificultar a gestão de riscos pelas empresas. Apenas 28% referiram que controlavam de alguma forma, ou completamente, os riscos associados à sua atividade.
Curiosamente, quase três quartos (74%) disseram que não tinham os dados ou conhecimentos de que necessitam para lidar com os seus riscos.
A concorrência de novos players tecnológicos experientes está a aumentar
Desde aplicações de entregas ao domicílio às de condição física, novos players procuram entrar e mudar os modelos de negócios tradicionais nos setores do lazer e hotelaria e conquistar a sua quota de mercado
Mais da metade (52%) dos participantes referiu que o aumento da concorrência de empresas fora do setor estava entre os maiores obstáculos para atingirem os seus objetivos estratégicos.
As empresas deparam-se com o desafio constante relacionado com as mudanças nas preferências e interesses dos clientes, principalmente os mais jovens
Os consumidores mais jovens querem novas experiências e momentos “instagramáveis”, tanto online quanto pessoalmente, o que pode ser um desafio para as empresas.
Isso pode explicar por que a mudança de gostos e preferências dos clientes foi o segundo maior obstáculo para as empresas atingirem os objetivos estratégicos (42%).
O risco reputacional está no topo das prioridades
A maioria das empresas (59%) atualmente mede e monitoriza a sua reputação para ajudar a identificar e prevenir possíveis ameaças que possam manchar o seu bom nome.
46% acham que ter um seguro de riscos reputacionais é importante e 22% dizem que é uma missão crítica.
Maiores riscos para o sucesso das empresas nos próximos 3 a 5 anos