Transformação digital, mudanças demográficas e crise na saúde mental são alguns dos fatores que estão provocando alterações significativas na forma como empresas e profissionais se relacionam. Se antes havia um formato, um caminho e um tipo de oferta de emprego, agora as possibilidades se ampliaram e convidam as organizações a reverem como vão atrair e reter seus talentos. É neste contexto que a Proposta de Valor ao Empregado tem protagonismo na estratégia de gestão de pessoas.
E tudo começa com uma pergunta: o que faz as pessoas quererem trabalhar e permanecer na sua empresa? Vamos entender o conceito de Proposta de Valor ao Empregado (EVP) e compartilhar sugestões do que você deve considerar para criar ou reavaliar a proposta de valor da sua organização.
É a proposta de valor que a sua empresa oferece aos profissionais. Pensando na pergunta acima, é uma forma de mostrar aos profissionais os motivos pelos quais devem se aplicar a uma vaga ou a continuarem engajados no trabalho.
A construção da EVP está diretamente relacionada à marca empregadora, uma vez que a reputação da empresa está sendo avaliada tanto pelo candidato como por colaboradores que já fazem parte da organização.
Com as mudanças no mundo do trabalho, no entanto, a elaboração de uma EVP exige um mais cuidadoso e crítico por parte de líderes e do RH.
Quando 80% das empresas no Brasil relatam dificuldade em encontrar profissionais com as habilidades desejadas[1], o que fazer para atrair e reter os melhores talentos? Construir uma EVP de forma estratégica é também uma questão de negócio. Sendo assim, você precisa buscar informações que embasem a elaboração da EVP e encontrem eco nas necessidades dos profissionais e no propósito da organização.
Por falar em propósito, um dos primeiros passos para planejar uma EVP estratégica é avaliar a cultura organizacional. Quais são os valores da empresa? Eles estão sendo vividos na prática? Estão alinhados com o contexto? Como o mercado percebe a marca empregadora? Reflita e pesquise sobre esses aspectos e tenha coragem para propor mudanças que nem sempre são fáceis, mas podem ser necessárias.
Além disso, a proposta de valor também alcança aspectos bastante práticos da experiência do empregado. Por isso, tendo os pilares da cultura da empresa como referência, considere:
Quando discutimos a importância de considerar contextos, estamos enfatizando a necessidade de conectar o olhar para fora e para dentro.
Olhar para fora significa entender quais movimentos e tendências impactam nas prioridades e expectativas dos profissionais. Vamos dar um exemplo: esquemas flexíveis de trabalho é um tema que está sendo muito discutido, afinal, enquanto 81% das empresas praticam o modelo presencial, pouco mais da metade dos profissionais (44%), de fato, desejam este formato. Será que flexibilizar a jornada pode ser um diferencial para o seu EVP?
É importante considerar também que o ambiente de trabalho está reunindo quatro diferentes gerações. Dos Baby Boomers à Geração Z, as necessidades podem ser bem diferentes – ao passo que Baby Boomers focam na aposentadoria e em cuidados na saúde geral, a Geração Z dá foco ao cuidado com a saúde mental e carreira. Neste último caso, como oferecer uma proposta de valor convidativa para quem está tendo a 1ª experiência profissional na sua empresa? (referência: 2022 Global Benefits Attitudes Survey, Brasil)
Olhar para dentro é trazer esses movimentos para capturar as percepções e demandas das pessoas da sua empresa. Um exemplo está na oferta de uma abordagem de diversidade, equidade e inclusão para o pacote de benefícios. Segundo a pesquisa Tendências de Benefícios 2023, da WTW, 45% e 41% das empresas pretendem melhorar suas posições no mercado nas categorias de programas de bem-estar e DEI (diversidade, equidade e inclusão), respectivamente. Ou seja, cruzar esses dois territórios, ofertando benefícios que contemplem aspectos étnicos, de gênero, de raça, entre outros, pode ser um salto para se destacar na EVP!
Frente à acelerada dinâmica das transformações sociais, avanço da agenda ESG e seus reflexos na força de trabalho, as empresas podem se beneficiar de uma estratégia de escuta dos empregados, capturando a experiência do colaborador em diferentes pontos de seu ciclo de vida e em sua recompensa total. Por exemplo, clareza de que a atual oferta de benefícios é aderente às necessidades dos empregados, evitando investir em ações que não geram percepção positiva na proposta de valor.
Em um cenário de transformações e de alta competitividade por talentos, a conexão ágil entre o olhar interno e externo do que é valor para o empregado permite às empresas criar diferenciais para sua marca empregadora. A partir da construção de uma EVP mais poderosa e alinhada à estratégia e ao propósito da organização, a coerência e a força da comunicação corporativa são capazes de converter a oferta em engajamento e resultados para o negócio.
Quer continuar se aprofundando no tema? Saiba como as empresas no Brasil estão procurando aprimorar seus benefícios para atrair e reter talentos.